terça-feira, 24 de maio de 2011

um blues sem título

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Eu, sentado na frente do Sonda, na esquina da Matarazzo, tomando uma cerveja enquanto esperava a De chegar.

Passa ele, olha pra mim, fala comigo. Eu tiro os fones. Television, Marquee Moon.

- ta triste?

- não. Porque?

- parece triste.

- tô cansado, cara. (ameaço colocar os fones, já tá no solo.)

- quantos anos você tem?

- 22.

- 45.

- não parece.

- eu sei. Sabe, eu trabalhava na Unip e agora moro na rua. Isso aí que você ta sentindo é besteira, sabe?

- sei...



Sério.




Olha, eu não sou desses que compara desgraças.

“Come tudo o que ta no prato filho, porque na África as pessoas têm fome.”.

Não sou assim.

Mas, num dia em que eu estava a um documento-perdido-impossível-de-achar-eu-nem-estava-aqui-nesta-época de largar tudo... ... .. . . .




(eu acho que atraio isso, né?)



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