segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

velhos assuntos, com letras mínusculas.

.


Minha prima ontem (do sábado pra o domingo) estava no carro com um muleque que queria se exibir e bateu no poste. Fodeu com tudo e quebrou a mão dela. O sinto de segurança salvou, quem diria. (por que ele correu chamar um amigo e largou ela no carro, sozinha)
Aí tem esse negócio aí, que eu vi na Internet, sobre se o cara estuprou ou não a moça lá no Big Brother.
Acho isso importante. O assunto, não o big brother.
O que foi que aconteceu na história das mentalidades que deixou os homens tão cheios de sí?
Esse é o fim da história e esses são exemplos isolados de um método que está acabando, ou é o início da volta dos estupros corretivos?
Coisas bestas, sabe?
O cara que passa a 100 por hora quando o limite é 80 e reclama da multa. Diz que é "industria da multa da prefeitura".
O cara que puxa o cabelo da "mina" na "balada".
O cara do Whiskey com Red Bull, muito louco, batendo nos "viados" da paulista.


Sei lá. Acho que são 10 por cento de nós. Os outros 90 respondem pelos seus abusos.

Mas, mesmo assim, eu não encontro alguém para ter como culpado. Assim: não encontro um só culpado, alguém que seja TOTALMENTE culpado. São 300 fatores que tem culpa parcial.
Mas o consumismo e o individualismo pegariam penas maiores no meu tribunal. (talvez por crimes anteriores e preconceito do juíz)
Quando eles me contam o que aconteceu, nos dois casos, eu escuto:
"eu tenho o carro, tenho o rosto, tenho as roupas, tenho a atenção dela para mim. posso tê-la quando quiser. e eu quero. agora."

Com minha prima foi aquele moleque que eu estou acostumado a ver aqui perto do trabalho, voltando da balada na quarta feira. O rosto, o carro alugado, as roupas de marca (mais caras do que todas as roupas que já comprei na vida, somadas). Só queria mais atenção, acho.

Coisa de macho alfa.
(eu só não esperava minha prima, minha pequena prima que já é maior que eu, dando bola para isso, mas, desilusões piores ainda vão passar)

Odeio machos alfa.

De verdade, sem aquela inveja que normalmente é associada ao não-gostar.
Eu não gosto dos carros sport (não porque não posso tê-los. é que eu gosto de bagageiro grande que caibam guitarras, amplificadores e bicicletas), não gosto das roupas de babaca, das gírias mais novas do mundo, da sensação do momento.
Não gosto de ver na cara deles a expressão de soberba.

Até entendo, afinal, quem nunca quebra a cara nunca se arrepende.
É o comportamento justificável.
É a medíocridade, que nivela os comportamentos.



Mas isso tudo já foi escrito antes, não foi?



.