sábado, 31 de dezembro de 2011

Para o Ano do Dragão, na China: (ou tanto faz, por aqui)

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eu tenho esse hábito estranho de escrever textos na virada do ano. já fazem 10 anos que faço isso, mas eles sempre mudam de formato. é a primeira vez que faço lista de desejos.

ano retrasado xeroquei um poema e deixei na casa de vários amigos. desta vez, serei mais egoísta.

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Deus, não me faça um conservador.

Me deixe ter preguiça, por favor.

Que eu não me satisfaça sendo engrenagem e cumprindo as metas do meu chefe.

Que o amor só aumente.

Que as colheitas sejam férteis, para todos que semearam. (ambiguidade)

Que eu dê valor aos sacrifícios dos outros, não me deixe errar nisso.

Que eu aprenda de verdade (não precise do google para me certificar das coisas).

Que eu conheça novas músicas de 1930.

Que eu tenha muito frio na barriga, mas não de medo de assalto.

Que eu não fique reclamando o dia inteiro de saudade de uma época.

(por mais que eu queira novos L.Ps.)

Que os livros sejam surpreendentes.

que eu não seja tão crítico assim.

Ah! que seja!, que eu seja crítico.

Que eu não fique nostálgico demais.

Que eu possa fugir verdadeiramente do lugar comum.

Que eu possa agregar, em vez de substituir.

Que o dinheiro continue onde está, sem importância exagerada.

Não me deixe mais chato e intransigente.

me deixe tocar mais (ou melhor, me deixe tocar mais gostoso)

E, (não só politicamente, mas musicalmente e etecéteramente)

por favor, não me faça mais um conservador.