quarta-feira, 18 de março de 2009

Ratos nas janelas. Ratos dentro de casa.

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(Isto é confessional)

Eu acreditava não temer nada.
Eu acreditava em uma segurança.
Até acreditava em uma paz.

Até domingo passado, o único medo que eu tinha ao chegar em casa,
era de ter esquecido alguma janela aberta e que entrasse algum rato.

Mas agora...

Como sabem meu endereço?
Como sabem o que eu faço?
Como sabem o dia em que eu tenho dinheiro?

Como?

É o mal do terrorismo: o medo.

A cada vez que vou fumar um cigarro na garagem, de madrugada, tenho medo.
“Eles vão voltar”
a cada barulho que escuto, tenho medo
“eles estão aqui”
E digo “eles” assim, entre aspas. Pois tenho medo.

Medo de escrever sem aspas e torna-los mais reais.

Hoje eu tenho medo. E é muito desconfortável para mim.



Sempre andei pela rua com os olhos abertos, mas, nunca liguei para meus bens ou para minha “segurança” (com aspas).
Sei que tudo que conquistei, merecidamente ou não, posso conquistar de novo.
Claro, algumas coisas só têm valor para quem as porta.
Mas, sei que um celular não vale nada. Eu economizo e compro outro.
Dinheiro também.
Minhas ferramentas, como foi o caso, são fáceis de se encontrar.

Tudo bem.


Mas eles me roubaram a segurança da minha casa.
Roubaram a paz da minha rua.
Roubaram a minha independência.
E tudo o que sempre falei antes, foi contradito.
Agora, pois, tenho medo.

E, é bem desconfortável.