terça-feira, 24 de maio de 2011

um blues sem título

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Eu, sentado na frente do Sonda, na esquina da Matarazzo, tomando uma cerveja enquanto esperava a De chegar.

Passa ele, olha pra mim, fala comigo. Eu tiro os fones. Television, Marquee Moon.

- ta triste?

- não. Porque?

- parece triste.

- tô cansado, cara. (ameaço colocar os fones, já tá no solo.)

- quantos anos você tem?

- 22.

- 45.

- não parece.

- eu sei. Sabe, eu trabalhava na Unip e agora moro na rua. Isso aí que você ta sentindo é besteira, sabe?

- sei...



Sério.




Olha, eu não sou desses que compara desgraças.

“Come tudo o que ta no prato filho, porque na África as pessoas têm fome.”.

Não sou assim.

Mas, num dia em que eu estava a um documento-perdido-impossível-de-achar-eu-nem-estava-aqui-nesta-época de largar tudo... ... .. . . .




(eu acho que atraio isso, né?)



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terça-feira, 17 de maio de 2011

- O de sempre, por.. fa... vo.. unh... quer saber?...

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Eu não quero mais...
Eu não me dou bem com isso aqui. Não sei fazer as coisas direito. Meu trabalho sempre parece mal feito.

Ah... Que coisa horrível!

Eu quero ouvir música, talvez tocar violão.
E conhecer bandas novas e assistir os filmes e seriados que eu gosto.
E também os que não conheço.
Quero mudar de banda favorita e escolher um novo filme predileto com um/a novo/a ator/atriz simplesmente excelente.

Quero voltar a subir em árvore e pesar menos.
E conseguir correr! Que saudade da época que conseguia correr!
Antes da cerveja, dos bifes e dos malditos cigarros.

Estou cansado de ter saudades de andar descalço e de não te tempo de ler um livro que quero.

Estou cansado de ser ranzinza e reclamar de tudo.

Porra, eu sempre fui chato e exigente, mas eu era um pouco menos mal humorado.



Mas isso tudo é o que todo mundo quer.

Acho que só quero me sentir satisfeito.


Quanto dá isso tudo?



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- Coloca pra viagem.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bobagens que pensei agora, enrolando antes de sair.

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Bem, o Osama morreu.

Se existiu parece que morreu, pelo menos.

Assim... eu não acredito que um grupo tão grande como a Al-Qaeda seja liderada por um único homem. Acredito que este é só um bode expiatório, um rosto, até mesmo um porta-voz..
Mas eu sou do grupo dos que adoram teorias da conspiração.

De qualquer forma, muita gente ganhou muito dinheiro com os ataques terroristas: a indústria bélica americana lucrou como quando ainda na guerra fria. As empresas de segurança então... (lembro de um comercial no CNN uma vez... algo sobre uma moxila pára-quedas a venda para caso alguém tivesse que pular de um prédio, se um ataque terrorista).
O medo se mostrou descaradamente lucrativo.

Fora a reeleição do Bush.
E agora, já na campanha de eleição do Obama...
Estranho.


Vi na folha:

“Bill Clinton, outro ex-presidente dos Estados Unidos, também comentou a morte de Obama. Para Clinton, esse é um momento "profundamente importante para as pessoas de todo o mundo que buscam um futuro comum de paz e liberdade". Clinton felicitou Obama, a equipe de Segurança Nacional e os membros das Forças Armadas americanas que "levaram Osama bin Laden perante a justiça depois de mais uma década de ataques assassinos da Al-Qaeda".”

Ah! o jeito Ocidental de se fazer justiça...
Depois reclamam da pena de apedrejamento da Sakineh...

E o presidente da França?
...Nicolas Sarkozy, considerou o fato uma "derrota histórica da praga do terrorismo", mas assinalou que não representa o fim da Al-Qaeda e que o combate contra esta organização "deve continuar sem descanso".

Não é lá que estão expulsando ciganos e proibindo trajes típicos de um pais/religião? Mas isso é outro assunto..

Algumas coisas me fazem pensar...

O que raios é justiça? Olho por olho, dente por dente? A lex talionis é de 1780 a.C, caralho!!! As coisas ainda se resolvem assim...
E, olha, o problema para mim não é nem isso... o problema é o tanto de gente culpada que sai ilesa dessa. Gente que facilita a coisa, gente que lucra com isso...
Assista Machete. Você se diverte e ainda entende isso. (fora que tem a Lindsay Lohan pelada e o Danny Trejo matando todo mundo com uma faca. Filme calmo, doce e tranquilo)


Mas, sabe, é compreensível... Mataram um ícone. Se é que ele existe. Se é que morreu.

Só tem um problema: em 1967 os Estados Unidos mataram um outro ícone. Um extremamente irritante, com uma boina legal e algumas frases de efeito fodidas.
O cara hoje, 2011, é camiseta, botton, adesivo e tudo o mais.

Neste caso, eles mataram o homem, perceberam que o ícone era maior do que podiam destruir e numa manobra genial de quem consegue controlar a mente das crianças a anos, englobaram o mito a uma rebeldia autorizada pelos pais.

Só que, o Che, no caso, tinha outra postura. Tinha motivos. Tinha uma grande esperança na educação do povo. Tinha fé no ser humano. E o Osama? E se esse cara virar ícone?


Ainda vou ver muita merda passando debaixo desta ponte.


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