sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Divagação, para não deixar o blog sem atualização.

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No meu bolso tenho uma caixa de sons dissonantes, distorcidos, diversos, até dissimulados que me levam para um outro lado do mundo.
Qualquer lado. Por exemplo:
Land of Talk me deixa calado e me faz sonhar com cores desbotadas.
Querer conhecer o Canadá e o gelo amontoado na calçada.
Eu entendo,
o mundo parece ser maior do que era antes, quando todos eram gigantes.
Isso. Assim mesmo.
Eu era pequeno e o mundo pequenino,
Hoje sou tão alto e o mundo infinito.

Porque não importa se eu conheço uma banda da Inglaterra, tenho um amigo na Jamaica e parentes em Madri. O que importa é que todos querem viver sozinhos, porque pessoas são incômodos.

Não importa se conheço a Maria, na Irlanda, se conheço o Rebetiko grego, se todo mundo quer sossego... paz e tranqüilidade, longe de pobre e barulho?

Não que eu goste da massa sonora da praça da Sé, as 18.
Prefiro o barulho do bule da minha mãe, fazendo café a tarde.
Prefiro sussurros.
Eu sou assim.

Syd Barrett me dá vontade de beber e conquistar o mundo. Ao mesmo tempo.
E quando a Gunhild Barling Band toca Hindustan? Me sinto num filme estranho sobre assassinos indianos.

Acho que poucas coisas unem tantas pessoas quanto a música. (e desune igualmente bem)
O trânsito, por exemplo.
Você pode ser um bosta, morar em uma casa bosta, comer bosta, ter um carro bosta ou um instrumento bosta.
Na música e no trânsito, todos são iguais.
Vai da qualidade do sujeito e não do que ele tem.

Queria que tudo fosse assim.